Ironicamente, o termo “pegada de carbono” foi introduzido de forma mais ampla por uma grande empresa de combustíveis fósseis. É hoje uma expressão comum do nosso vocabulário diário, sempre nos referimos à crise climática e aos nossos esforços para a reduzir, nomeadamente a necessidade de abandonar o uso de… combustíveis fósseis.
Individual ou coletiva, a pegada de carbono permite estimar o nosso impacto e contribuição para as alterações climáticas, através do cálculo do volume total de gases de efeito estufa (GEE) gerado pelas atividades humanas.

Para inverter esta tendência climática, precisamos de reduzir e remover o carbono do ar.
Em termos da cadeia de valor do vinho, os elementos que mais contribuem para a pegada carbónica estão devidamente identificados: do peso da garrafa de vidro, que juntamente com o respectivo transporte, representam aproximadamente 40% da mesma, ao consumo energético ao longo da produção, ao uso de fertilizantes químicos e combustíveis para a sua aplicação, entre vários outros.
Se uma empresa pretende reduzir a sua pegada, o primeiro passo é calculá-la. Ou não?
Existem várias ferramentas disponíveis em todo o mundo, assim como diferentes abordagens. É possível efetuar uma medição por produto ou global, da atividade de uma empresa como um todo. Podem ainda ser calculados diferentes âmbitos: 1 (emissões diretas) e 2 (emissões indiretas) e/ou 1,2 e 3 (emissões indiretas das atividades da cadeia de valor).
Além disso, não existe uma ferramenta única para esta medição, que seja universal e adaptada à indústria do vinho.
Diferentes empresas, custos, ferramentas, medem de diferentes formas. Assim sendo, será possível a comparação da pegada de carbono entre diferentes vinhos ou negócios que foram medidos de formas distintas? Neste contexto, será ou não fundamental medir a pegada de carbono para que uma empresa reduza as suas emissões? Existem outras abordagens que possam ter um impacto positivo neste caminho? O que é certo é que todos os passos devem conduzir à redução das emissões de carbono em toda a cadeia de valor de um negócio.
O DEBATE
Esta Climate Talk irá explorar as ferramentas, os desafios, as barreiras, os benefícios e os conhecimentos de vários atores da cadeia de valor do vinho que estão neste processo, com diferentes abordagens, a medir a pegada de carbono.
Será abordada, no debate, a importância que pequenos passos com grande impacto ambiental e financeiro podem ter, e como podem ser adotados por qualquer pessoa mesmo antes de medir as suas emissões.
Ouvir-se-ão as experiências em primeira mão de produtores de diferentes tamanhos e geografias sobre como abordaram a redução das suas emissões de carbono e o processo pelo qual passaram.
OS TÓPICOS
- Quais os frutos que se podem esperar na busca da redução de emissões?
- Que benefícios trouxe a medição da sua pegada de carbono? E custo vs benefícios?
- O que ensina sobre a cadeia de valor do vinho? Sobre o negócio?
- Por onde começar?
Convidados:
- Chris Foss – Chair da Sustainable Wines of Great Britain, Reino Unido
- Alice Rule – CEO e Fundadora da 3Sixty2, Nova Zelândia
- Stefano Stefanucci – Diretor na Equalitas, Itália
Anfitrião:
- Alexandre Relvas – CEO e Enólogo, Casa Relvas – Alentejo, Portugal
Para assistir à Climate Talk é necessário registar-se aqui: https://us02web.zoom.us/webinar/register/WN_bGeek9pZRZO1nsi87fB8JQ
Durante a live zoom, os participantes podem colocar questões no chat ou Q&A.
Os debates serão disponibilizados posteriormente no canal de youtube e de podcast do Porto Protocol.