De acordo com um estudo recente da DBK o valor de vendas dos vinhos portugueses, em 2008, atingiu os 1,120 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida de 1,6% face a 2007.
O estudo da consultora revela que, apesar da estagnação no consumo, o incremento das vendas para o exterior e uma maior orientação para as exigências dos consumidores no que diz respeito a vinhos de qualidade, permitiram o crescimento do volume de negócios nos últimos três anos.
Na realidade, os dados da DBK indicam que o consumo de vinho em Portugal apresenta uma tendência de estagnação, situando-se, nos últimos três anos, por volta dos 45 litros por habitante.
Apesar disso, o valor de vendas de vinho português registou uma evolução positiva durante este período com uma consequente subida na quota de mercado nos vinhos de maior qualidade e aumento das exportações.
Segundo os dados da consultora, os vinhos de mesa registam uma tendência para descerem de quota em benefício dos vinhos com Denominação de Origem, néctares que já representam 55% do total consumido em 2008, correspondendo a uma subida de 20 pontos percentuais face ao início da década.
As exportações nos últimos três anos registaram um crescimento significativo, passando de 550 milhões de euros, em 2005, para 700 milhões de euros no final do exercício de 2008. O Vinho do Porto continua a ser a principal componente nesta equação, concentrando cerca de 60% do total de vinho nacional exportado.
Entre os principais mercados de destinos estão Bélgica-Luxemburgo, França, Reino Unido e EUA, países que reúnem, conjuntamente, uma quota superior a 50% sobre o total exportado.
Quanto à estrutura do sector, a DBK indica que, em 2008, operavam 1.500 produtores de vinho, reunindo as cooperativas uma quota significativa da produção, em particular na elaboração de vinhos regionais e de mesa, embora a participação destas tenha vindo a registar um decréscimo nos últimos anos.
Assim e apesar do número elevado de empresas em actividade na fileira vitivinícola portuguesa, o sector apresenta um notável grau de concentração. Os dados da DBK mostram que os cinco primeiros operadores geraram, conjuntamente, 40% do valor total das vendas de vinho produzido em Portugal, em 2008.
“A quebra no consumo, a crescente concorrência e a deterioração da conjuntura económica configuram-se como as principais ameaças para o sector vitivinícola português a curto prazo”, refere o estudo.
Assim, as principais empresas “continuarão a potenciar a produção de vinhos de qualidade, bem como reforçar a presença nos mercados externos”, destacando a consultora que a fileira poderá ser “beneficiadas pelas iniciativas de promoção desenvolvidas por empresas, associações e outros organismos com interesse no sector”.
Neste contexto, as previsões da DBK para o biénio 2009-2010 apontam para um “prolongamento da tendência crescente das exportações de vinhos portugueses, o que afectará positivamente as vendas de vinho produzido em Portugal”, admitindo que devido a todos estes factores, as vendas poderão “registar uma evolução de 3% ao ano”.
in “hipersuper”